João Ubaldo e Rubem Alves

Esse ano é de festa no céu! José Wilker, Gabriel Garcia Marques, João Ubaldo Ribeiro e agora Rubem Alves. Ficamos muito, mas muito mais pobres intelectualmente, não tenho dúvida.

João Ubaldo era membro da Academia Brasileira de Letras, baiano “arretado” que escreveu livros deliciosos, daqueles que a gente lê e fica com a estória na cabeça o dia todo ansiosa para ler o próximo capítulo e se lambuzar com as personagens e os textos ácidos, cômicos, escrachados e densos. Sempre instigante, não existe a menor possibilidade de ficar indiferente a um texto de João. “Viva o povo brasileiro” é bom demais, mistura a nossa história com personagens saídos da cabeça do nosso querido baiano. “A casa dos Budas ditosos” foi encenado por Fernanda Torres e conta a estória de uma mulher de quase 70 anos com suas estórias e pensamentos cheios de sexo e luxúria, pudor zero. Diz a lenda que um pacote anônimo foi deixado com o texto endereçado ao escritor, restando a ele “apenas” editar e publicar a estória.

Rubem Alves era um mineiro de muitas facetas, escritor, poeta, psicanalista, pedagogo, filósofo, cronista, professor emérito da UNICAMP, integrava a Academia Campinense de Letras, um pensador de verdade! Também teólogo, Rubem Alves teve problemas com suas ideias liberais, sendo até mesmo proibido de falar nos púlpitos presbiterianos, abandonando o pastorado. A sua maior paixão e preocupação era com a educação, com o ensinar. Dentre os seus títulos estão: “Estórias de quem gosta de ensinar”, “Conversas com quem gosta de ensinar”, “Entre a ciência e a sapiência”, “Pai Nosso”, “O que é futebol”, “O suspiro dos oprimidos”, entre muiiiitos outros. Ele era ou não era um homem que escrevia sobre quase tudo? Se você não conhece nada dele e quer se render a esse pensador preocupado com a humanidade e o futuro, pode começar já acessando a sua página oficial no facebook e tenho certeza que se apaixonará por suas frases que batem direto no coração! “A vida tem sua própria sabedoria. Quem tenta ajudar uma borboleta a sair do casulo a mata. Quem tenta ajudar o broto a sair da semente o destrói. Há certas coisas que têm que acontecer de dentro para fora” - Rubem Alves. Beijo, Fermina Ariza.